sexta-feira, 13 de maio de 2011

Algumas clássicas:



"A diferença entre cagar e dar o é meramente vetorial."


"Por que mijas fora se no entanto cagas dentro??? Ou tu tens o pau torto ou o fora do centro!"


"Se merda fosse dinheiro, pobre nascia sem "


"Não adianta cagar cantando, porque a bosta não vai sair dançando"


"Homem que fala fino, pode crer que caga grosso"


"Pego um papel higiênico, passo aquela lixa na bunda. Aperto o botão da descarga, mas aquela merda não afunda....."


"Aqui termina toda obra de um cozinheiro."

"Lá fora você é valentão, aqui dentro você é um cagão!"


"Por que dizemos que vamos fazer cocô, se o cocô já está pronto!"


"O peido é o grito de liberdade da merda oprimida!"


"Comer mulher feia e cagar, todo mundo faz, mas ninguém gosta de comentar"

"Enquanto você está cagando, tem um japonês estudando"


Obrigada a Elisa pela contribuição....

sábado, 23 de abril de 2011

AMOR/ ERDA Interativa

Hoje fui ao Museu da Língua Portuguesa.
O banheiro era tão pouco artístico e criativo como o dos outros museus que visitei por aqui (apesar do banheiro do MAC ter um granito preto tão limpo que possibilita ver a bunda de quem está usando o sanitário lateralmente: no meu caso, achei a experiência de poder me ver fazendo xixi naquela posição tão pouco cômoda, quase um S humano, reveladora e interativa.
Não entendo o porquê desta delimitação de espaços e itinerários em museus. Esta coisa de tornar o espaço artístico enciclopédico me deixa um pouco entediada.
Apesar das minhas críticas, este museu (da lingua portuguesa) é conhecido por ser interativo, moderno, etc.
Sabe a propaganda da Sky? Não é TV por assinatura é Sky? Ali seria quase: Não é um museu é Sky e talvez seja TV.
Todavia, a interatividade de sons, vídeos, palavras e da Regina Casé me tocou – mas não da forma diretamente proposta.
Após ver um vídeo sobre a língua portuguesa , fui a um lugar onde se recitavam poemas de forma pirotécnica, chamado Praça da Língua. Várias poesias e imagens. Poesias ganham formas e vozes televisivas. Apesar de ser restritiva com esta forma midiática de “arte”, talvez seja uma forma de divulgação legítima, pois atinge um público específico (os baixinhos da Xuxa, por exemplo).
Entretanto, tudo que disse até agora foi para contar do poema do Carlos Drummond de Andrade que lá foi recitado que me fez ir para os banheiros que pesquiso- num tipo de “ritornelo fisiológico- existencial”:

O SEU SANTO NOME


Carlos Drummond de Andrade



Não facilite com a palavra amor.

Não a jogue no espaço, bolha de sabão.

Não se inebrie com o seu engalanado som.

Não a empregue sem razão acima de toda a razão (e é raro).

Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra

que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.

Não a pronuncie.



Tudo isso por conta de uma palavra: Amor.
Pois é, eu encontro muito amor nas portas de banheiro em São Paulo.
Pode-se dizer que o amor que tanto se camufla aqui está lá.
De várias formas: declarações, palavras, na sua antítese – o ódio, nos corações desenhados, nos poemas encontrados.


Sinto muito Drummond, mas o amor está nos banheiros, detrás das portas, nos encontros furtivos, nos choros ou gemidos nas cabines. O amor é mais que pronunciado, ele é escrito e lá ganha vida própria: interage e ama.
Falando nisto, lembrei de outro poema, só que do Leminski:

MERDA E OURO

Paulo Leminski
Merda é veneno.
No entanto, não há nada
que seja mais bonito
que uma bela cagada.
Cagam ricos, cagam padres,
cagam reis e cagam fadas.
Não há merda que se compare à bosta da pessoa amada.

domingo, 10 de abril de 2011

Love & WC

Lavatory - Lovestory (2007)


Ubornaya istoriya - lyubovnaya istoriya (2007)


Academy Awards 2009 Nominated - Best Animated Short Film Indicado ao Oscar 2009 de Melhor Curta de Animação



domingo, 3 de abril de 2011

Verdade suja






“Neste local solitário.

onde toda vergonha se acaba.

Todo covarde faz força.

Todo valente se caga [...]


[...] Cagar todo mundo caga,

Cagar é a lei do universo,

Cagou Dom Pedro II,

Cagando fiz este verso.”


Escrito de banheiro que faz parte de um domínio público de citação de escritos. Há variações na forma em que é encontrado e/ ou propagado oralmente pelas pessoas.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Estranheza


Cidade estranha:


Olho para o chão para ver se encontro

algum dinheiro

Olho para o céu para ser se encontro

alguma estrela

Olho para portas de banheiros para ver se encontro

alguma verdade


Gosto de viver a me procurar na cidade


Estranhos me estranham


Enquanto São Paulo me entranha

sábado, 5 de março de 2011

Eu inscrição anônima



De tantos escritos anônimos em portas que se fecham preservando intimidades, me sinto como uma escritura em um banheiro enorme, com inúmeras portas, variados grafitos, intenções, cheiros e sentimentos, que circunscreve uma realidade singular: São Paulo.


Minha porta não é nada modesta, chama-se Augusta. Heterogênea, aparecem nela desde assinaturas de adolescentes “Emos”, grafites, pichações, executivos da Paulista, gente Cult, gente “que curte”, e eu, obviamente. Tento interagir com tudo isso e penso como fica meu nome neste caleidoscópio.


Minha inscrição tem origem interiorana, caligrafia certinha, redonda e pontuação exata. Caio eu num enredo e fico, pois, enredada em uma narrativa sem começo, fim ou meio. Não há coesão, nem coerência, sem vírgula ou ponto final. Idéias misturadas, nomes, pessoas, lugares, referências... Indiferenças.


Fiz melhores amigos de um dia, que sumiram da porta no dia seguinte. Já sabia desta tendência de apagarem os escritos da porta. É preciso higienizar, dizem os freqüentadores. Mas logo depois reaparecem milhares de escrituras, tudo de novo, interagindo até a próxima higienização. Não sei quantas das minhas intenções foram higienizadas. Por isso, tento registrar tudo. Fotografo os banheiros e portas por onde ando. Registro em mim as intenções alheias. Para que não se percam e eu não me perca com elas, pois o banheiro é grande, a circulação intensa, a higienização constante, a intimidade partilhada e o anonimato preservado. Preservado até demais.


Pode-se ser da forma que quiser, pois ninguém se importa. Mas qual a vantagem de ser o que se quer se ninguém se importar? O que aprendi? A porta se importa! “Corpos sem cara” se encaram, a contradição é perfeitamente possível neste ambiente. A falta de contradição é límpida e interrompe o fluxo de interações. A “sujeira” revela o que é intimo e dá vida a este banheiro cinza, sem clareza, sem certeza da limpeza. Não me sento nos assentos. Observo bem se há papel para limpar meus rastros. Mas não há papel, sabonete, sabão, higienizadores ou desodorizadores. Será que alguém vai sentir meu cheiro? Será que me olharão nos olhos? Saberão que estive lá? Ou terei que escrever como milhares o fizeram: “ESTIVE AQUI, ASSINADO: EU”.